Não sei direito o que estou sentindo, é algo como uma viagem dentro do meu eu, uma aventura solitária em busca do que deixei pra trás.
Quando parti?
Também não lembro ao certo, talvez foi quando me dei conta de que meu mundinho tinha ficado muito pequeno diante de tudo que ainda quero e posso fazer. Talvez quando me senti sozinha, quando percebi que tinha me afastado muito daquela linha imaginária, estranho, percebi então que não conseguia mais encontrá-la, ela não estava mais ali.
Como se pode viver com a certeza de não se ter certeza de nada?
No meio de dúvidas, de perguntas sem respostas, de atitudes insensatas.
De uma corrida louca atrás de sonhos que não trarão satisfação nenhuma, serão só mais obstáculo pelo caminho, mais uma preocupação sem sentido.
Um dia teria que acontecer, como o vidro do copo que eu deixei cair. Estou juntando meus pedacinhos, meu quebra-cabeças, recomeçar é um desafio assustador ou nem tanto, só depende do ângulo que estamos olhando.
Não sei onde vou chegar, não sei onde vou parar, não sei com que coisas vou cruzar, nem o que vou encontrar, nem o que vou perder.
Não quero pensar muito, prefiro o lado bom, mas confesso que tenho esse lado trágico, melancólico, a tristeza me fascina também. De algum modo me faz mais forte, sofro e vou até o fundo do poço escuro, fico lá e desabafo, seco as lágrimas, me refaço.
No momento, estou eu e meus fantasmas, meus medos, todos parados nesta encruzilhada e na certeza que não tenho, sei que devo tomar uma das direções, mas qual delas?
Qual? Qual? Responde pra mim. Me dá tua mão pra eu segurar...
